Vinte e Cinco de agosto, é dia de homenagear o santo padroeiro desses profissionais do palco e também dos músicos: o São Genésio.
Diz-se que Genésio de Roma era um comediante que viveu na segunda metade do século III e início do IV. Líder de um grupo de teatro, certa vez teria apresentado uma peça ao imperador Diocleciano, um dos maiores perseguidores dos cristãos.
Embora o objetivo da encenação fosse justamente ridicularizar os ritos católicos, o governante não se sentiu satisfeito. E, alegando que a atuação havia sido muito realista em uma cena do sacramento do batismo, ordenou que o ator fosse torturado e decapitado.
Há, ainda, outras versões sobre da história, como a de que ele teria se convertido ao cristianismo durante a interpretação e se recusado a ceder às ordens do imperador.
Apesar de sua existência ser alvo de discussões, é possível que Genésio tenha sido enterrado em um cemitério na Via Tiburtina, uma antiga estrada romana. Já seus pertences estariam divididos entre as igrejas San Giovanni della Pigna e Santa Susanna di Termini e a capela de São Lourenço, ambas na Itália.
A despeito da falta de evidências que comprovem sua vida, Genésio foi venerado no século IV, quando teve uma igreja construída em sua memória, que foi reformada pelo papa Gregório III, em 741 d.C.
A lenda diz que Genésio não tinha nenhuma ligação com a igreja católica e, até hoje, não se sabe quais milagres defenderiam sua canonização. Entretanto, independentemente de como Genésio tenha se convertido ao cristianismo, ele morreu como um mártir e se tornou patrono dos santos para os atores e músicos, sendo invocado, inclusive, contra a epilepsia.
Na cena teatral, sua morte inspirou o dramaturgo Henri Ghéon a escrever a peça “O Comediante e a Graça”, baseada na conversão de São Genésio e o martírio que a sucedeu. No enredo, Genésio é um romano com vocação teatral que participa de uma paródia cômica do batismo cristão. O papel levou o ator a se infiltrar no meio católico para fazer um laboratório e viver o papel com mais autenticidade. Isto fez com que ele acabasse vítima do seu próprio zelo artístico.
ORAÇÃO A SÃO GENÉSIO
Ó meu Deus! Ator Onipotente, criador do maior Espetáculo – o Universo – ouve-me nesta prece de amor!
Dai-me a perseverança, a paciência, a dignidade e o amor! Fazei com que minha personalidade não se deixe influenciar pelo meu personagem, mas, que eu possa colher dele, toda a vivência, todo vigor, toda força, toda magnitude!
Que eu transforme a realidade em uma nova realidade, que eu recrie a obra da arte com toda força inteira e que eu colha do meu trabalho toda justiça, toda fortaleza, toda grandeza e todo amor!
Fazei com que as luzes dos refletores se tornem luzes divinas a iluminar todos os atos da minha vida, para que eu faça do palco um altar, sempre na intenção de o respeitar, dignificar, amar e venerar…
Que cada representação seja para mim, um Ato de Fé!
Que cada trabalho seja um sacrifício de glória e sucesso! Para que eu envelheça, crescendo na representação e representante, crescendo na velhice; sempre trabalhando, sempre trabalhando, trabalhando, emocionando e glorificando.
Enfim, para quando eu não mais existir, a minha atuação aqui na Terra não tenha sido em vão, e que, quando cair o pano, no ato final, todos aqueles que convivem comigo, possam aplaudir-me gritando: Bravo, Bravo! E assim, eu possa agradar ao Maior Diretor Universal: DEUS!
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